Série: Estratégias para Criar Conteúdo Relevante e Acessível na Mídia Cristã
O equilíbrio entre profundidade espiritual e linguagem simples: como evitar termos rebuscados ou "evangeliquês" sem perder a essência do conteúdo cristão
A mídia cristã tem o desafio de transmitir mensagens profundas, que tocam o coração e a mente, mas que também sejam acessíveis a pessoas de diferentes níveis de entendimento e vivências.
Encontrar o equilíbrio entre profundidade espiritual e clareza linguística é crucial para garantir que o Evangelho alcance todos os públicos, desde aqueles que estão iniciando sua jornada de fé até os que já possuem um conhecimento teológico mais avançado.
1. Entenda o Público-Alvo
Antes de criar qualquer conteúdo, é essencial ter em mente o perfil do público que você deseja alcançar. Um jovem universitário pode não estar familiarizado com termos como "justificação pela fé" ou "santificação progressiva", enquanto um membro experiente da igreja pode esperar uma abordagem mais detalhada desses conceitos.
Para evitar alienar qualquer grupo, use exemplos práticos e linguagem acessível que facilitem a compreensão, independentemente do nível de conhecimento prévio.
2. Evite o "Evangeliquês"
O uso excessivo de jargões religiosos – como "aleluia", "manto", "glória a Deus", "terra", "ungido" ou "vamos orar em espírito" – pode dificultar a conexão com pessoas que não estão imersas no ambiente eclesiástico.
Embora essas expressões tenham seu lugar em determinados contextos, elas podem soar estranhas ou excludentes para quem está começando a explorar a fé cristã. Em vez disso, opte por palavras que façam sentido universal. Por exemplo, tenha um linguajar mais tranquilo, imagine estar falando com alguém que nunca ouviu falar de Jesus, como se fosse a primeira vez.
3. Simplifique Sem Superficializar
Simplificar não significa banalizar ou reduzir a riqueza das Escrituras. É possível explicar conceitos complexos usando metáforas, analogias e histórias do cotidiano. Por exemplo, ao falar sobre "graça," você pode compará-la à ideia de receber algo valioso de graça, sem merecer – como um presente inesperado.
Isso ajuda as pessoas a entenderem o conceito sem precisar recorrer a definições teológicas densas.
4. Use Referências Universais
Ao abordar temas bíblicos, conecte-os a situações e emoções que são amplamente compreendidas, como amor, perdão, luto, esperança ou propósito.
Essas referências ajudam a tornar a mensagem relevante e aplicável à vida diária. Por exemplo, ao discutir o Salmo 23 ("O Senhor é meu pastor"), você pode destacar como ele fala de conforto e segurança, sentimentos que todos buscam em momentos de dificuldade.
5. Priorize a Clareza e o Coração
A Bíblia foi escrita para ser entendida por pessoas comuns, e o mesmo deve valer para o conteúdo cristão moderno.
Ao escrever ou falar, pergunte-se: "Uma criança entenderia isso?" Se a resposta for sim, provavelmente você está no caminho certo. Além disso, lembre-se de que a verdadeira essência do Evangelho está no amor, na graça e na transformação que ele proporciona.
Seu objetivo deve ser tocar o coração das pessoas, não impressioná-las com palavras difíceis.
6. Teste e Refine
Peça feedback de pessoas de diferentes idades, origens e níveis de comprometimento com a fé. Isso ajudará a identificar pontos onde sua mensagem pode estar confusa ou distante.
Ouvir críticas construtivas permite ajustar o tom e a abordagem para que o conteúdo seja ainda mais inclusivo e impactante.
Ao evitar termos rebuscados e "evangeliquês," mantendo a profundidade espiritual e a simplicidade linguística, é possível criar conteúdo cristão que seja tanto relevante quanto transformador, cumprindo a missão de comunicar a mensagem eterna de Deus de maneira acessível e envolvente.
Por jornalista Márcio Batista
Foto: (senivpetro/pixabay) Reprodução / Divulgação
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